Sou terra, cinza e pó; eu não sou nada !!!

Eu vim a este mundo desumano,

Quando saí do útero da mãe,

Concebido talvez por engano.


Eu sou aquele aborto proibido,

Que foi intensamente desejado.

Talvez um nascimento consentido,

P'ra vir a ser por muitos odiado.


Por isso, eu sou a vida e sou a morte,

Neste mundo em constante evolução,

Sem saber qual será a minha sorte.


Mas eu sou um poder constante e forte,

Que sabe derrotar a solidão,

À procura do amor que me conforte!

 

   Manuel Portugal Pires